Segundo informações avançadas pelo jornal O PAIS, indicam que o Progama Mundial de Alimentação (PMA) estima que 1,8 milhões de pessoas necessitam de ajuda em sete (7) províncias de Moçambique, tendo a percentagem da população em risco de insegurança alimentar subido para 33% em relação ao último ano, devido a estiagem.
“O número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aumentou de 20% em 2023 para 33% em 2024, devido à estiagem provocada pelo ‘El Niño’ (…). O número de pessoas em risco severo de insegurança alimentar é quase quatro vezes superior ao de 2023”, lê-se no relatório mais recente do PMA, divulgado pela agência Lusa.
O documento identifica o “acesso limitado” da população a alimentos e água, “grupos vulneráveis sujeitos a riscos de protecção” que “tendem a optar e/ou confiar” em alternativas “negativas e prejudiciais para a sobrevivência, incluindo riscos de exploração e abuso sexual”.
O documento também identifica que 1,1 milhões de pessoas necessitam, actualmente, de assistência de emergência em termos de segurança alimentar e de meios de subsistência.
“O ‘El Niño’ está a afectar o preço dos alimentos básicos, empurrando milhares para situação de vulnerabilidade. No geral, os preços do grão de milho em Junho de 2024 foram 40% mais altos em comparação com o último ano, e 55% superior à média de cinco anos”, descreve o PMA.
Aquela agência das Nações Unidas aponta, no mesmo relatório, que os “preços acima da média, aliados ao fracasso da produção agrícola e oportunidades de renda limitadas”, estão a “corroer o poder de compra das famílias pobres e muito pobres, levando a défices de consumo e fome”.
Segundo o PMA, o fenómeno ‘El Niño’ “induziu escassez de chuvas e temperaturas acima da média”, levando a “condições de seca no centro e sul de Moçambique” no último ano, prevendo “que 3,3 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar” no período de Outubro de 2024 a Março de 2025.
O PMA “tem como alvo” 355 827 pessoas durante a próxima resposta inicial de três meses, a partir de Novembro, com assistência alimentar emergencial (204 327 pessoas), actividades de nutrição (145 mil crianças menores de cinco anos, grávidas e mulheres e meninas que amamentam), e alimentação escolar (6500 alunos).
O plano de apoio no terreno do PMA necessita de financiamentos que ascendem a 170 milhões de dólares, para levar ajuda a 1,1 milhão de pessoas, mas até este mês tinha garantido apenas 16 milhões de dólares, avança o relatório.
O PAIS